terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Atividades das equipes

Este mês tem sido de muito trabalho para todas as equipes. Estamos na reta final do Projeto das Gramáticas Pedagógicas e muito ainda precisa ser feito.
As equipes Karajá e Ikpeng estão em campo. O objetivo é finalizar juntamente aos pesquisadores indígenas unidades da gramática. 
Já as equipes Wapichana e Kaiabi estão em intensa troca de informações com os pesquisadores nas aldeias. Inclusive, alguns membros da equipe Kaiabi virão ao Rio de Janeiro trabalhar com a coordenadora Suzi.
O ano de 2015 começou com muitas atividades e, principalmente, com a dedicação e o trabalho de todos os pesquisadores para que o Projeto das GPs seja um sucesso!!!

                                               Equipe Karajá

                                              Equipe Ikpeng

                                            Equipe Kaiabi-Kawaiwete

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Equipe Wapichana e os desafios de construir uma Gramática Pedagógica

A proposta da Gramática Pedagógica foi muito bem recebida nas comunidades Wapichana em Roraima. Desde o começo do projeto, os professores de língua Wapichana das escolas estaduais indígenas se empenharam em participar das oficinas para aprender a metodologia proposta e contribuir na confecção da Gramática Pedagógica da Língua Wapichana. O grupo de professores Wapichana da Serra da Lua é bastante ativo e organizado, independentemente desse projeto, o grupo tem reuniões periódicas para discussões sobre o ensino de língua e a elaboração de materiais didáticos.
O trabalho do Prof. Dr. Luiz Amaral com a língua Wapichana em Roraima começou em 2011, quando ele visitou diversas comunidades para conhecer o povo e avaliar o interesse de professores e lideranças locais em desenvolver um projeto que combinasse o ensino da língua com a sua documentação. Naquela ocasião o trabalho incluía experimentos psicolinguísticos e a coleta de dados sobre o uso do Wapichana nas comunidades com o objetivo de estudar a aquisição da língua por crianças e jovens. Também foram realizadas algumas oficinas sobre Ensino de Língua com professores Wapichana de diferentes comunidades em parceria com a UFRR. Nessas oficinas os professores conheceram a proposta do professor Luiz Amaral e identificaram o potencial de um projeto que combinasse a formação docente com a produção de material didático a fim de aprimorar as aulas de língua Wapichana nas Escolas Estaduais Indígenas de Roraima.
Quando surgiu o Projeto Gramáticas Pedagógicas de Línguas Indígenas do Museu do Índio, em 2013, a relação de trabalho entre o professor Luiz Amaral e os professores de língua Wapichana já estava estabelecida. Assim, a proposta foi muito bem recebida nas escolas. Com o início oficial do projeto, as oficinas passaram a ser realizadas no Centro Regional de Formação Watuminpen Kaimena’u Da’y, na Terra Indígena Malacacheta, em Roraima, com ampla participação dos professores de língua Wapichana das diferentes comunidades da região.

Relação entre os pesquisadores:


Após um período inicial de ajustes na dinâmica de trabalho, a equipe decidiu promover reuniões mensais dos pesquisadores indígenas e não indígenas em Boa Vista, Roraima, com a participação virtual (por Skype) do Prof. Dr. Luiz Amaral. Nessas reuniões, os pesquisadores indígenas entregam as atividades que lhes foram passadas na reunião anterior para os coordenadores do projeto e recebem novas atividades para o mês seguinte.
As Gramáticas Pedagógicas são compostas por unidades, cada uma delas trata de uma estrutura linguística que é trabalhada a partir de seu uso. A confecção das unidades começa nas oficinas com a participação de todos os professores. Os linguistas (coordenadores) e os professores iniciam uma discussão sobre as estruturas escolhidas e juntos formulam as explicações e contextualizações que vão encabeçar as unidades da gramática. Com os temas pré-estabelecidos, os coordenadores montam esqueletos das unidades com exemplos de exercícios que serão usados nas tarefas mensais dos pesquisadores indígenas. A cada mês, os pesquisadores indígenas recebem um grupo de atividades a serem desenvolvidas para concluir o conteúdo das unidades.
As atividades feitas pelos pesquisadores indígenas podem ser diálogos ou narrativas para a apresentação da estrutura linguística, explicações em Wapichana de como é usada essa estrutura, ou ainda exercícios para praticá-la. Também são feitas ilustrações para auxiliar na apresentação e prática.
Após receberem as atividades dos pesquisadores indígenas, os coordenadores digitalizam as gravuras e os textos que não estiverem digitados, montam as unidades da GP no computador, fazem a revisão e tradução do texto, e enviam esse material ao Museu do Índio para que seja feito parecer do consultor do projeto.
A equipe Wapichana possui a vantagem de ter um grupo de três coordenadores e três pesquisadoras indígenas cujas experiências profissionais contribuem para o sucesso do projeto. Além do professor Luiz Amaral, a equipe também conta com a participação da professora Wendy Leandro que é uma falante da língua Wapichana formada em Letras e que tem bastante experiência no ensino de segunda língua. Sua contribuição para a organização das atividades da Gramática Pedagógica e para a montagem das unidades é de extrema importância. A supervisão geral das atividades do projeto está a cargo da pesquisadora e linguista Joana Autuori, que trouxe para esse trabalho sua experiência com comunidades indígenas de Roraima e sua pesquisa sobre a língua e o povo Yanomami. Finalmente, é preciso ressaltar que não seria possível levar esse projeto adiante sem a decisiva participação das três pesquisadoras indígenas que trabalham como professoras de língua Wapichana em diferentes comunidades na Região da Serra da Lua: Nilzimara de Souza Silva, Benedita André da Silva e Wanja da Silva Sebastião.
Dessa forma, a Gramática Pedagógica da Língua Wapichana já está com mais da metade de suas unidades produzidas e está atingindo seus três grandes objetivos: elaborar uma gramática que possa ser usada em sala de aula, documentar a língua Wapichana e contribuir com a formação dos professores de língua.